ALBANI, Jean-Jérôme, nascido em Bérgamo em 3 de janeiro de 1504, de uma família nobre da Albânia que se refugiou na Itália após a invasão turca, era um homem de espírito elevado, julgamento profundo, sabedoria, erudição e eloquência extraordinárias, de excelente conselho e convívio digno e agradável. Iniciou sua carreira como militar, ocupando cargos honrosos nas guerras da república de Veneza. Mais tarde, dedicou-se ao estudo do direito, e Pio V, que o conhecera como inquisidor em Bérgamo, nomeou-o cardeal em 1570, logo após sua eleição ao trono pontifício. Esse papa, ao preparar a guerra contra os turcos, enviou o cardeal Albani aos príncipes católicos para exortá-los a formar uma coalizão contra os inimigos da fé cristã. Albani, viúvo e com filhos, não foi eleito papa após a morte de Gregório XIII devido ao receio de que pudesse ser influenciado por seus descendentes. Faleceu em 23 de abril de 1591. Deixou obras de jurisprudência canônica estimadas pelos estudiosos: De donatione Constantini, Colônia, 1535; Roma, 1547; De cardinalatu, Roma, 1541; De potestate papae et concilii, in-4º, Veneza, 1544 e 1560; De Ecclesiarum immunitate et de personis ad eas confugientibus, in-fol., Roma, 1563; Veneza, 1584. Essas obras foram reproduzidas em Tractatus universi juris, vol. XIII e XV. Também escreveu Disputationes ac consilia, Roma, 1553; Lyon, 1563; e Lucubrationes in Bartoli lectiones, 2 vol. in-fol., Veneza, 1559, 1561, 1571.
Fontes: Pancirol, De claris legum interpretibus, Leipzig, 1721; Mazzuchelli, Gli scrittori d’Italia, Brescia, 1753, t. 1, p. 270; Feller, Dictionnaire historique, Paris, 1827, t. I, p. 128; Kirchenlexikon, 2ª ed., t. 1, p. 402; Hurter, Nomenclator, 1892, t. 1, p. 1225; Michaud, Biographie universelle, Paris, 1811, t. 1, p. 388.
E. MANGENOT.