Agapito I, papa, consagrado em 13 de maio de 535, morreu em Constantinopla em 22 de abril de 536, de onde seu corpo foi trazido de volta para Roma e sepultado em São Pedro.
Agapito era filho do sacerdote Gordiano, do título de Pammachius ou dos Santos João e Paulo; ele próprio era arquidiácono da Igreja Romana; havia estabelecido uma biblioteca em sua casa, a qual, mais tarde, passando para as mãos de São Gregório, tornou-se o mosteiro ad clivum Scauri. Ele ordenou em Roma quatro diáconos e onze bispos. Agapito foi enviado à presença do imperador Justiniano pelo rei godo Teodato, que havia feito perecer a rainha Amalasunta, a quem devia o trono, e, por esse motivo, encontrava-se ameaçado pelas forças de Belisário. Agapito foi muito bem recebido por Justiniano. Ele se ocupou dos assuntos da Igreja de Constantinopla e conseguiu destituir o bispo Antimo, cuja eleição ilegal havia sido obra do partido monofisita. Ele o substituiu pelo sacerdote Menas, que ele mesmo consagrou.
Possuímos de Agapeto I oito cartas autênticas. Mansi, Concil. collect., t. VIII, col. 846 e seguintes; P. L., t. LXVI, col. 37 e seguintes; Jaffé-Wattenbach, Regesta pontificum Romanorum, Leipzig, 1886, t. I, p. 113-115, n. (576-583), 890-898. A carta de Agapito a Antimo de Constantinopla sobre as duas naturezas é apócrifa. Jaffé-Wattenbach, ibid., n. (CCXVII), 895.
Liber pontificalis, ed. Duchesne, t. I, p. 287-289; Baronius, Annales, anos 535 e 536.
A. BOUDINHON.