AFFRE Denis-Auguste, arcebispo de Paris, nasceu em 27 de setembro de 1793 em Saint-Rome-de-Tarn; foi aluno de Saint-Sulpice; professor de dogma no mesmo seminário; vigário-geral de Lugon (1821) e de Amiens (1823); cônego titular de Paris (1834); vigário capitular após a morte de Monsenhor de Quelen e, cinco meses depois, nomeado arcebispo de Paris (1840). Ele se dedicou a melhorar os estudos eclesiásticos e fundou a escola dos Carmes. Morreu em 27 de junho de 1848, vítima de seu zelo pastoral. Além de mandamentos, cartas pastorais e numerosos artigos publicados no Ami de la religion, escreveu: Traité de l'administration temporelle des paroisses, Paris, 1827, reeditado várias vezes; — Essai critique et historique sur l'origine, le progrès et la décadence de la suprématie temporelle des papes, Amiens, 1829, onde defende o primeiro artigo da Declaração de 1682 contra Lamennais, que o atacou em suas obras sobre as Relações da religião com a ordem política e civil e sobre o Progresso da Revolução, argumentando que a supremacia temporal dos papas nunca foi mais do que fruto de uma delegação do povo e da autoridade civil ou consequência de necessidades temporárias; — Traité de la propriété des biens ecclésiastiques, Paris, 1837; — Traité des appels comme d’abus, Paris, 1844, em resposta ao Manuel du droit public ecclésiastique français, de Dupin; — finalmente, Introduction philosophique à l’étude du christianisme, onde, tomando como ponto de partida as primeiras leis da moral que todos os povos respeitam e defendem como regras eternas e imutáveis da ordem, ele mostra que elas foram preservadas apenas no seio do cristianismo e que são dependentes de seus dogmas. Ele também escreveu um Traité des écoles primaires ou Manuel des instituteurs et des institutrices, Paris, 1826, e um Nouvel essai sur les hiéroglyphes égyptiens d’après la critique de M. Klaproth sur les travaux de M. Champollion jeune, Paris, 1834, no qual alguns pontos tocam as tradições bíblicas.
De Riancey, Monseigneur Affre, archevêque de Paris, esquisse biographique, Paris, 1848; Abbé M.-P. Cruice, Vie de Denis-Auguste Affre, archevêque de Paris, Paris, 1849.
C. CONSTANTIN.